Wagner Lopes - Repórter
Professores
da rede estadual de ensino e representantes do governo do estado não
chegaram a um consenso que pusesse fim à greve iniciada no dia 2 de
maio. As duas partes se reuniram em uma audiência de conciliação, na
manhã de hoje (7), no Tribunal de Justiça (TJ), e apresentaram propostas
divergentes.
O desembargador Virgílio Fernandes, responsável por
analisar a ação impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, decidiu
que, se não houver acordo, a liminar pedindo a ilegalidade da greve será
votada na próxima quarta-feira, no plenário do TJ.
Participaram
da audiência representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação
(Sinte) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE), além da promotora de
Justiça Carla Amico e a secretária de Educação do Estado, Betânia
Ramalho.
Eles permaneceram reunidos desde às 9h50 até às 12h40,
na sala da 1ª Câmara Cível, sem avanços na negociação. A ação movida
pelo governo, e que pede a decretação de ilegalidade da greve dos
professores, foi impetrada na última sexta-feira.
O procurador
geral do Estado, Miguel Josino, lamentou o resultado final.
"Infelizmente, não conseguimos êxito na conciliação e agora o Tribunal
de Justiça é quem irá decidir o destino não só da greve, mas de todo o
ano letivo de 300 mil estudantes da rede pública estadual", enfatizou.
Ele
ressaltou que o estado já se comprometeu em pagar aos professores da
rede estadual os valores referentes à Lei do Piso Salarial, que
representariam um reajuste médio de 34% nos salários.
No
entanto, o representante da PGE negou a possibilidade de implantação
imediata, ou mesmo de escalonamento desse percentual em três meses,
entre julho e setembro, como foi proposto pelos representantes do Sinte.
Ainda assim, o desembargador Virgílio Fernandes manteve a esperança de
haver um consenso antes da votação em plenário.
A expectativa é a
mesma da coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso. "Infelizmente, o
governo não apresentou uma proposta nova. Vamos agora levar o que foi
debatido para a assembleia desta sexta (às 14h30, no Wiston Churchill)."
Ela
também se disse esperançosa que uma proposta alternativa possa surgir
antes da votação de quarta-feira e lembrou que há ainda uma reunião
marcada para a Governadoria, amanhã às 14h, na qual diversos sindicatos
devem discutir as reivindicações das categorias em greve. A secretária
de Educação, Betânia Ramalho, também defendeu a possibilidade de um
acordo antes da sessão plenária do TJ.
A proposta apresentada por
Miguel Josino aos professores inclui o reajuste de 34%, implantado em
quatro parcelas de setembro a dezembro deste ano; o compromisso de
pagamento dos 1.500 processos retidos entre 1993 e 2010, incluindo
aposentadorias, licenças-prêmio, promoções e progressões "represadas"; a
realização de concurso público para 3.500 professores, ainda este ano,
com o "edital sendo divulgado dentro de 30 dias"; a revisão do Plano de
Cargos e Carreiras, com participação do sindicato; a realização de um
censo educacional; e um projeto de valorização profissional.
Sobre
o pagamento dos valores retroativos a abril, outra reivindicação dos
professores, ele deixou claro que há uma possibilidade, mas somente após
setembro: "Podemos verificar, isso é possível, mas a implantação de
qualquer pagamento agora, infelizmente, não é possível". A alegação é
que o estado se mantém acima do limite prudencial da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Fonte: Tribuna do Norte
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Liminar sobre greve será decidida pelo Tribunal de Justiça
16:14
Escola Ana Julia
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